E se você pudesse minimizar os efeitos negativos do isolamento social?
Estava apoiando uma jovem moça de 19 anos em sua busca por estágio e ela me disse: “Eu aproveitei esse momento de reclusão para aprofundar meu autoconhecimento. E depois de refletir bastante, percebi que a resposta que eu buscava estava aqui dentro o tempo todo e eu não percebia.”
Por mais que eu já trabalhe há muito tempo apoiando e inspirando jovens e adultos em seus processos de desenvolvimento, ainda fico maravilhada quando vejo uma pessoa tão jovem já tão atenta a esse exercício importante: o diálogo interno.
Além disso, essa conversa me fez pensar: quantos de nós estão aproveitando a crise para crescer? Quantos de nós sequer percebem que é possível?
Não quero parecer insensível. Estou certa de que cada um tem vivido essa fase de uma forma. Muitos inclusive estão passando por experiências bem dolorosas associadas à perda de um ente querido, perda de um emprego e várias outras situações opressoras.
Mas devemos nos lembrar que há sempre opções. Sucumbir, superar ou ainda melhor: transformar. Transformar nós mesmos e o ambiente ao redor, através de reflexões profundas, através de ações, especialmente aquelas que reforçam a perspectiva otimista, promovem a solução de problemas e impulsionam os outros a fazerem o mesmo.
“Não há problema nenhum em se perder, desde que descubra o caminho de volta. Há lugares incríveis mesmo em tempos sombrios. Se não houver, você pode ser aquele lugar incrível com infinitas capacidades.”
Trecho do filme: Por lugares incríveis.
O distanciamento social, de uma forma ou de outra, nos provoca a enxergar algumas coisas que não queríamos ver, que mantivemos escondidas, que encobrimos com uma distração ou outra. Como aquelas arestas que ainda não tínhamos aparado. Vemos as sombras, vemos as falhas… e à medida que a consciência aumenta, vemos também aquilo que não é mais possível suportar. Vemos a necessidade de nos acolhermos, de apoiar a nós mesmos. E de ser apoio e acolhida para os demais.
Pode parecer estranho ouvir que sucumbir (ou não) é uma escolha. Para esse ponto, lhe faço um desafio: acompanhe-se diariamente. Sua mente e suas ações. Proponha-se a estar alerta, lúcido(a), consciente quanto a tudo o que você faz, o que você pensa, como alimenta seu corpo e sua mente. Que tipo de pensamentos habitam seu coração, que tipo de comunicação você utiliza, que tipo de atividades você escolhe para se distrair, enfim… quais são as suas escolhas cotidianas.
Eu lhe asseguro: você pode mais do que pensa e também escolhe mais do que percebe.
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CYNARA BASTOS
Cynara Bastos é psicóloga e inspiradora de pessoas, que tem como missão promover a autoconsciência, permitindo que os seres humanos reconheçam seus dons e que possam, por meio deles, gerar riqueza intelectual, espiritual e financeira.