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Alfabetização emocional e maturidade



6 setembro, 2021
Autoconhecimento

Não aprendemos bem a lidar com alguns sentimentos e nem como eles são gerados. Isso tem a ver com a Inteligência Emocional, mas também tem a ver com um aprendizado, que começa a com a alfabetização emocional e avança com um comprometimento com o desenvolvimento da maturidade. Desenvolver-se como senhora ou senhor do seu destino e da sua vida.

Pense comigo: você já se sentiu magoado(a) mais de uma vez, com uma mesma pessoa ou situação? Consegue se recordar sobre tudo o que aconteceu?

Muitas vezes criamos expectativas sobre os outros que dificilmente serão atendidas, como esperar que eles se comportem como nós, por exemplo. Esse é um grande erro. Outro engano é não perceber que mesmo deixando claras nossas necessidades e sentimentos, talvez o outro não esteja disposto ou preparado para corresponder a elas. Além disso, querer a mudança no outro e acreditar que você é capaz de operá-la é a receita para o fracasso.

Isso não funciona em nenhum tipo de relacionamento, seja ele uma relação afetiva amorosa ou até mesmo profissional. Cuide do que está sob seu controle e decida as relações e ambientes com e nos quais você vai estar.

Todos os nossos sentimentos negativos ou aflitivos podem ser elaborados a fim de evitarmos que se intensifiquem e venham a nos prejudicar. A alfabetização emocional inclui saber porquê sentimos o que sentimos e administrar todos os fatores envolvidos.

Me lembro certa vez de estar indo encontrar uma pessoa… No meio do caminho, me deu um mal-estar e uma certeza de que eu deveria recuar. Por quê? Porque nas minhas reflexões anteriores, eu já tinha chegado à conclusão de que a relação não estava me fazendo bem. De que a forma como as coisas iam e para onde iam dali em diante não tinham a ver com o que eu queria e quem eu era. Essas reflexões são essenciais para que a gente tome melhores decisões em todas as áreas das nossas vidas.

É preciso muita dedicação e lucidez nessa jornada do desenvolvimento da inteligência emocional e da maturidade. Muitas vezes negligenciamos nossa intuição, os sinais que nossos cérebros e corpos dão. No exemplo acima, eu decidi dar ouvidos a essa voz sutil que no fundo me perguntava: “o que você está fazendo?”…

Rejeição, mágoa, desrespeito, são sentimentos aflitivos. Mas posso lhes assegurar: todas as vezes que refleti de forma madura e lúcida sobre eles, viraram poeira. Seja porque percebi que não era exatamente o que tinha pensado e sentido, seja porque eu não tinha nada a ver com aquele ambiente ou pessoa.

O Karnal diz que a ofensa é um fracasso pessoal. E eu acredito sinceramente nisso. O que é do outro é do outro. Ele pode querer me ofender, me magoar, me agredir, mas eu posso sempre escolher como me comportar. Seja não tomando as coisas como pessoais, seja tomando medidas para me proteger e distanciar de pessoas e situações tóxicas ou nocivas.

As pessoas se comportam como são. Temos muito pouco controle quanto a isso – ou melhor, nenhum. Mas você pode decidir o que fará com esse fato. Somos seres incoerentes, complicados, que no fundo só querem ser amados. Mas ninguém sabe ao certo se da forma como conduz as coisas, as relações, o nosso ser, a vida lhe trará amor.

Mas sabem de uma coisa? O importante é não desistir. É continuar acreditando no amor e na força dessa virtude, na construção das relações e das pessoas. Às vezes é o amor-próprio que salva, às vezes é a lucidez, às vezes é a compaixão… ou tudo isso junto.

Lance mão de todos os seus recursos, ou busque e desenvolva outros. O caminho da alfabetização emocional e da maturidade é longo, cheio de percalços, mas valioso e muito enriquecedor.

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CYNARA BASTOS

Cynara Bastos é psicóloga e inspiradora de pessoas, que tem como missão promover a autoconsciência, permitindo que os seres humanos reconheçam seus dons e que possam, por meio deles, gerar riqueza intelectual, espiritual e financeira.

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