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Empatia e sua aplicabilidade à gestão



8 dezembro, 2021
Amor

“Ouvir somente com os ouvidos é uma coisa. Ouvir com o intelecto é outra. Mas ouvir com a alma não se limita a um único sentido – o ouvido ou a mente, por exemplo. Portanto ele exige o esvaziamento de todos os sentidos. E quando os sentidos estão vazios, então todo o ser escuta. Então ocorre uma compreensão direta do que está ali mesmo diante de você que não pode nunca ser ouvida com os ouvidos ou compreendida com a mente.”
Chuang-Tzu

Apresentada como um dos fatores que geram segurança psicológica – fator fundamental para o bom desempenho dos times, a empatia se mostra com uma habilidade importantíssima na gestão e relacionamento com pessoas. Mas afinal, qual sua aplicabilidade e benefícios à sua carreira e ao contexto organizacional?

O conceito de empatia começou a ser bastante difundido a partir de 1930, tendo até então, sido muito utilizado no contexto da arte com a ideia de “sentir em”. Hoje bastante propagada, inclusive no mundo dos negócios, empatia pode ser entendida como a capacidade de se colocar no lugar do outro entendendo sua perspectiva e sentimentos.

A capacidade empática está diretamente ligada à nossa capacidade de ler as correntes emocionais nos outros, perceber, captar os sinais sutis que as pessoas nos dão. Como diz Daniel Goleman, a empatia é o nosso “radar social.” O autor nos lembra que carecendo desse tipo de sensibilidade, sofremos de surdez emocional, o que nos leva a ficar à deriva dos relacionamentos. A empatia nos permite criar relacionamentos de confiança no trabalho.

As pessoas que não possuem essa habilidade, costumam ter pouco traquejo nas relações sociais, agindo de forma rude ou indiferente aos sentimentos dos outros, o que destrói a possibilidade de reconhecer cada um com um ser único e estabelecer relações ricas e sustentáveis. A propósito, é bem corriqueiro, confundir simpatia com empatia. Na primeira, é comum uma fala que tenta minimizar o sofrimento do outro, ou fazer prescrições. Na segunda, você se conecta com a pessoa, esvazia sua mente e escuta o outro com todo o seu ser.

Um termo relativamente recente no âmbito da empatia, foi cunhado por Kim Scott em seu livro com o mesmo título: “Empatia Assertiva” – a expressão representa o estilo de gestão que considera as pessoas de forma pessoal, estabelecendo vínculos de confiança. De acordo com a autora, a primeira dimensão inclui a necessidade de não ser “meramente profissional”, mas também “se importar” compartilhando mais do que sua persona profissional. E encorajar os outros a fazer o mesmo.

A segunda dimensão da “Empatia Assertiva” compreende uma “Franqueza Radical.” Dizer às pessoas quando sua entregas não estão de acordo com o esperado, dizer quando estão. Significa tomar decisões difíceis e comunicá-las. Como por exemplo quando uma promoção não vai sair, quando há um problema que precisa ser resolvido e nesse caso, confrontar as pessoas envolvidas. Quando você mostra que se importa pessoalmente com o outro, você também traz más notícias, claro, de forma cuidadosa.

Praticar a Empatia Assertiva significa, “importa-se pessoalmente” e “confrontar diretamente”, estabelecendo o tipo de comunicação que gera confiança, pois as pessoas sabem que você se importa com elas e com seus resultados.

É importante destacar que quando a franqueza vem de um lugar de empatia, as pessoas se sentem seguras para correr riscos interpessoais. Elas tendem a aceitar mais as críticas e elogios e fazer algo a respeito, além de por sua vez, também responderem com feedbacks francos e cuidadosos, visando resultados melhores. Nesse ambiente, a inovação e a criatividade são caminhos possíveis pois, não há medo de errar.

A empatia pode ser entendida como “apenas” acolher alguém em uma situação difícil e oferecer sua escuta e presença genuínas. A Empatia Assertiva avança um pouco mais, mostrando ao líder que relações de confiança se estabelecem quando as pessoas se relacionam de forma madura, com a possibilidade de dizerem umas às outras quando as coisas vão bem e quando não, fazendo o melhor que podem com as informações e gerando resultados melhores em todos os aspectos.

O filósofo Roman Krznaric, também traz contribuições importantes nesse aspecto no livro O poder da Empatia. Ele apresenta o seguinte conceito: “empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações”. De acordo com o filósofo, a empatia pode gerar uma revolução nas relações humanas!

Quer um exemplo concreto sobre a Empatia no mundo do trabalho? Patrícia Moore trabalhava como design de produtos numa famosa empresa de Nova York, o ano era 1979… Interessada em criar um produto voltado para pessoas com artrite, ela decidiu “se tornar” uma idosa para sentir na pele os problemas que esse público encontrava nas ruas em diversas cidades. De maquiagem, roupas, a outras ações pelo corpo, para dificultar sua locomoção, Moore pode identificar claramente as necessidades dos idosos e pessoas com artrite, o que a levou a projetar uma série de produtos inovadores destinados a essa população.

Esse exemplo foi trazido por Krznarci que também aponta os seis hábitos das pessoas extremamente empáticas:

Hábito 01 – Acione seu cérebro empático;
Hábito 02 – Dê o salto imaginativo;
Hábito 03 – Busque aventuras experienciais;
Hábito 04 – Pratique a arte da conversação;
Hábito 05 – Viaje em sua poltrona;
Hábito 06 – Inspire uma revolução.

Adotar os pressupostos da CNV (Comunicação Não Violenta) é outra boa dica para desenvolver a habilidade empática:

Esteja presente;
Esvazie a mente e ouça com todo o seu ser;
Não faça nada num primeiro momento;
Pergunte antes de oferecer conselhos ou estímulo;
Assegure-se de atender as necessidades da pessoa.

Como vimos, a empatia é uma habilidade que está diretamente relacionada à inteligência emocional, ela também pode ser chamada de radar social. Característica fundamental no líder e em qualquer profissional, representa um diferencial competitivo enorme, uma vez que nesse mundo repleto de transformações e evoluções provocados pelos avanços da tecnologia, as competências eminentemente humanas são preciosíssimas!

Espero que esta leitura tenha sido útil para você! Se fizer sentido, deixe seu comentário e compartilhe com quem possa se interessar! 😊

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CYNARA BASTOS

Cynara Bastos é psicóloga e inspiradora de pessoas, que tem como missão promover a autoconsciência, permitindo que os seres humanos reconheçam seus dons e que possam, por meio deles, gerar riqueza intelectual, espiritual e financeira.

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